Em posse da concessão há três anos, a CCR Barcas anunciou oficialmente na última segunda-feira que pretende devolver o direito de explorar o serviço aquaviário no Rio. O Governo do Estado irá analisar o pedido de desistência, que fora sustentado por um estudo da Fundação Getúlio Vargas, que aponta o desequilíbrio econômico-financeiro do contrato.
A concessão duraria até 2023. O contrato de concessão não prevê multa rescisória em caso de rompimento no contrato. Segundo a Agetransp, a concessionária só não pode romper o contrato unilateralmente.
Quem não está aprovando essa mudança são os usuários. A população teme que o serviço seja prejudicado enquanto não há nova licitação. Muitos usuários afirmaram que não gostariam que o Governo do Estado voltasse a administrar o serviço. Um passageiro indagou: “Se eles abandonaram a concessão porque está tendo prejuízo, será que outra empresa vai querer?”.
A artesã Carla Cristina de Barros, 45 anos, acredita que o serviço poderá cair de qualidade se for para as mãos do Estado. “Normalmente mudanças nunca são boas. Acredito que o serviço prestado pelas barcas hoje é bom comparado com o que tínhamos no passado. Agora eu entendo que temos um serviço eficiente”.
O dentista André Sobrinho, 52 anos, tem a mesma opinião que a artesã. Ele acredita que o serviço dado pelo Estado poderá ser deficitário.
O professor de matemática Rogério Nascimento, 37 anos, teme que entre uma empresa que preste serviços aquém aos atuais. Ele possui uma série de questionamentos.
“Se sair essa empresa vai entrar o quê no lugar? Por que a CCR está abandonado a concessão? Que empresa vai assumir? Se eles estão largando porque não está tendo lucro acho que nenhum outra empresa vai querer.
Questões essas que foram repassadas à atual concessionária e ao Governo do Estado, que ontem não falaram sobre o assunto.
CCR Barcas é multada
Um dia depois do anúncio de que a CCR Barcas pode deixar o controle do transporte aquaviário, a concessionária ganhou uma nova multa da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp). O órgão decidiu aplicar três multas nas concessionárias CCR Barcas e Metrô Rio por falhas na operação dos serviços, que somam R$ 939.550,19. A CCR Barcas foi autuada em R$ 393.994,15 pelo acidente do dia 7 de maio com a embarcação Vital Brazil, que seguia da Praça XV para Cocotá, quando colidiu com o flutuante da estação e encalhou.
O relatório técnico constatou que a colisão foi provocada pela perda de controle e comando da propulsão. A penalidade baseou-se na falha do atendimento aos 732 usuários embarcados, já que houve, segundo a agência, insuficiência de informações por parte da concessionária.
A CCR Barcas também foi multada em R$ 199.803,03 pelo incidente com a embarcação Ipanema, em 28 de julho de 2014. Na ocasião, uma avaria em um dos motores provocou o afastamento da embarcação da ponte 2B, no momento do embarque de passageiros, no terminal Praça XV. Houve queda da ponte levadiça junto à proa da embarcação. Uma passageira e um funcionário sofreram ferimentos leves. Análise técnica da Catra constatou que a parada de um dos motores foi provocada por travamento da haste da cremalheira da bomba injetora.
A CCR Barcas informou que cumpre rigorosamente o contrato de concessão e tem, como principal objetivo, prestar um serviço de qualidade aos usuários do transporte aquaviário. Em relação às multas citadas, esclareceu que vai recorrer.
Fonte/texto: http://www.atribunarj.com.br/noticia.php?id=15510&titulo=E%20AGORA,%20PEZ%C3O?
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